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Quem tem sentimentos acerca das coisas fica prisioneiro do tempo.
Quem tem sentimentos acerca das coisas fica prisioneiro do tempo.
O estatuto da realidade: descobrir esse doce exercício destrona a ascética parcimónia do pensar racional. Mais do que um mero crepúsculo, flexível ou determinado, o pensamento precisa de ilusão e assim a obra de arte abre-se em leque sobre o inventário do mundo.
Pensar o presente conduz necessariamente ao desespero porque a vida não tem outra solução senão perpetuar-se na sua imperfeição.
O próprio do prazer é não poder ser dito.
Descobrindo-se, o poeta personifica, representa. Nos melhores momentos descobre o que nem sequer encoberto estava, porque o que ele faz é ver a oblíqua eloquência ou o encanto do que, sem ele, não seria.
Quando o pensamento deixa de estar a ser pensado logo se transforma na parábola do faminto, no desamparo da errância.
A observação do Outro: a diferença é o que nos une e separa. Quando o eu descobre o outro começa a guerrilha sem fim. O nó que se faz-desfaz. A escolha: o gelo da solidão ou a horrível queimadura da vida.